12,2 Duas Histórias da Alcova

Verfasst am: 22. November 2016 von Barbara Keine Kommentare

II. A mulher errada na cama

O mesmo quarto no hospital. A cama junto à janela tem lençóis frescos e espera por uma nova paciente.
Uma senhora, já de uma certa idade, entra apressada no quarto e dirige-se diretamente àquela cama:
Ah, isto deve ser a minha cama. Que bom! À janela. Assim tenho muito espaço.

Coloca a sua carteira em cima da cama e muitas coisas à beira da janela. Corre nervosa dum lado para o outro:
Pronto, aqui está o telemóvel, aqui a garrafinha da água…e caixinhas e produtos de higiene.
Ah, pois é, mas ainda tenho que passar já no médico.

Continua a ocupar a cama e a mesinha de cabeceira. Corre aflita dum lada para o outro.
Espere lá, ainda tenho que indicar o número de telefone.
Sai novamente depressa do quarto.

Depois desta turbulência o quarto fica num silêncio profundo.

Dois enfermeiros entram no quarto a empurrar uma maca com uma paciente. Isso faz lembrar a cena de Loriot: Um piano! Um piano!
Enfermeiro: Bom dia, ah, lá está a sua cama, à beira da janela.
Passam a doente da maca para a nova cama. A vizinha da cama, B., está a ver isso com desagrado. Fica ansiosa:

B: Alto aí! O que estão a fazer? Não pode ser, essa cama já está ocupada!
Enfermeiro: Como? O que quer dizer?
B: A cama já está ocupada!
E: O quê? A cama está vaga.
B: Não, a cama pertence a outra senhora, só que ela está neste momento a caminho dos médicos, ou encontra-se na enfermaria.

E: Não compreendo o que quer dizer.
B: Quero dizer que essa senhora, que estão a colocar na cama, é a senhora errada. A cama pertence a outra paciente.

Os enfermeiros olham um para o outro: Entendes, o que essa aí quer?

O Enfermeiro E olha para a doente B. sem compreender nada e murmura ao seu colega: O quê? Não entendo essa alemã. O que é que ela quer?
B: É realmente a paciente certa que estão a trazer?
O Enfermeiro E já nem ouve o que se diz, não pergunta, mas também não explica nada. Ambos levam a sua maca vazia embora.

E não acontece mais nada.

A senhora nervosa, que tinha espalhado lá as suas coisas, não regressa.
Então lutei completamente em vão? Para quê? A favor de quem?

Se ao menos alguém tivesse assistido a essa comédia e sorrido de troça para alívio dos nervos!

Eine Antwort verfassen