5. Aconchego – 6. Belém

Verfasst am: 1. Oktober 2016 von Barbara Keine Kommentare

5. Aconchego

O meu filho Jacó de oito anos tinha caído da janela do primeiro andar, quando queria caçar uma mosca, e estatelou-se nas placas de pedra no quintal. Estava no hospital no Raio x. Só tinha uma pequena fissura na bacia. Os médicos e as enfermeiras perguntaram admirados: „Como foi possível, Jacó, que tenhas tido tanta sorte, tens alguma explicação para isso“?
Jacó sorriu e disse: „Ora bem, então, eu orei tanto!”
Todos olharam com benevolência e compreensão: pois sim…. O filho do Pastor….. orações infantis!
„E como rezaste? “, queriam saber.
„Oh, acabado de chegar lá em baixo, orei: Querido Deus, por favor, deixa-me viver mais um bocadinho, a minha Mamã quer ter-me tanto ainda. “

O mesmo sentimento, que o meu filho exprimiu nessa altura: sou amada e apreciada e vale a pena viver, tinha eu aqui na enfermaria do Hospital em Lisboa, onde todos conheciam o meu nome próprio. E fiquei a saber, que isso acelera, como no Jacó, o processo da cura e que tem uma boa influência sobre o desenvolvimento da doença. Além disso, fiquei cheia de esperança, porque estou aqui em Belém em Lisboa, onde há 3 anos fui salva por um milagre.

*

*

*

6. A Boa Nova em Bethlehem

“Não temais!
Eis aqui vos trago novas de grande alegria.”

E soou para mim como o cântico de Natal dos anjos nos campos de “Bethlehem”. E realmente passou-se em „Bethlehem“, porque assim chama-se o lugar, BELÉM em Lisboa, onde visitamos o mais moderno Instituto de Cancro da Fundaçao Champalimaud. No entanto, brilhava o sol de Março, os arbustos e as árvores floriam, o rio Tejo corria, e nem pastores nem anjos jubilavam, se não quisermos considerar os médicos e as enfermeiras em branco como tais e entender as suas palavras amáveis como conversas de língua dos anjos.
Viajamos espontaneamente a Belém em Lisboa, para procurar conselhos e ajuda. A terapia repetida na luta contra o meu cancro não tinha resultado, e os médicos na Alemanha deram-me alta após 5 meses: „Não podemos fazer mais nada, volte em períodos de 3 em 3 meses para exames.” „Bem“, disse a companheira da mesma doença ao meu lado, „a mim a quimioterapia também não ajudou. Vou agora para casa e preparo-me para a morte, também já temos idade que chegue.”
Sim, ir para casa, isso seria muito bom. Mas onde fica? Queria tanto ver novamente o Atlântico e cantar o Aleluia com o coro da igreja, como em Abril 1988, quando cantei com o coro no Porto, após a minha grave doença do cancro da mama e o meu restabelecimento, A Paixão de São Mateus. Estava para ser uma despedida, mas tornou-se num novo início.
Pois, nessa época, há 26 anos… Aí Portugal era ainda um país por descobrir, terra incógnita. Entretanto, através do rico empresário português, António Champalimaud, foi fundada em Lisboa o moderníssimo Instituto de Investigação sobre o Cancro, onde são praticados novos métodos de cura. Chegou-me às mãos um artigo num jornal sobre a inauguração em 2011 e pensei: Devia-se ir lá, talvez saibam mais. Talvez tinha pensado em voz alta e ouvi como o meu marido respondeu decidido: „Amanhã vamos lá.”
“Sem transferência, sem carta do médico, sem relatorio, sem conhecimento do lugar, sem resultados além de uma cópia de um CD do último exame?”
“Pois é claro! Vamos a Belém e ver a história…..”
Assim aconteceu que afinal estávamos sentados em frente de um oncologista, que, embora não falasse alemão, compreendeu a minha solicitação e comentou no seu “latim medicinal” português como especialista que é as imagens do CD. „Por favor veja, aqui estão colocados os tumores, isso é uma situação de partida favorável e com o remédio certo….”
Estava a ouvir nessa língua estrangeira tanta coisa positiva e encorajadora. Ouvia:
„Não temais!
Eis aqui vos trago novas de grande alegria.
Vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor.”
Escutei e compreendi tudo e não entendi nada. De qualquer maneira não iria morrer! E ganhei nova esperança e agarrei a palhinha da manjedoura de Belém e comecei a correr.

Eine Antwort verfassen